domingo, 8 de novembro de 2009

FLOR

Esse incessante querer

que na minha vida se encontra

é de tua presença, queridodelírio,

e por ele estou a me guiar

nesse mundo vadio.

Debruço-me em sonhos libertários, na saudade,

e neles percebo uma cidade mágica – é que fico a olhar a mapa do Rio de Janeiro e pensando onde você estaria –

em que eu e tu nos encontramos

(iremos habitar?).

Nessa cidade fecunda de afeto nos banhamos

numa luz que é das estrelas,

numa água que é mistura de saliva e suor

mas que ambos refletem a imagem

de um universo amoroso e liberto,

é ninho e não gaiola.

Tua gigantesca simpatia,

tua infinita política,

tua fascinante existência

na vadiagem de viver encontros, de celebrar as amizades – sem nenhum sulco

pro meu ninho, salvo o de vez em quando do suave carinho

entre copos e conversas de noites inesquecíveis – são algumas razões por que te gosto e por que me fazes ficar desnorteado e delirando sozinho na fronteira do amar...

Certamente não existe sofrer.

Certamente não sabes que corro contra o tempo pra te ver.

Certamente não tens...

É difícil explicar esse sentimento vibrante,

sem qualquer lágrima de amor,

sentimento de homens juntos,

que se comunicam sem gestos

e sem palavras se invadem,

se aproximam, se compreendem

e se calam sem orgulho.

Não é canto de caturrita e sim a voz de um sonhador

reclamando a graça do presente recebido

e da vontade de nossos traços se aproximar.

um adeus tão leve.
é flor, uma singela espera.
asas...
é...
já foi só despedida.
passei um dia brincando de super homem.
desenhei por quatro dias uma lebre paixonada.
abri meu guardachuva na praia.
junto com minha lancheira fui tomar café no centro do ciclone.
sunga colorida e mergulho e nadei na cidade:
perto da fantasia o céu chorou.
saiu o sol por mais de uma semana, a colheita parou.
não existe perda do controle da natureza é que o começo com R e o termino O faltou.
faltou o calor,
faltou o suor,
faltou saliva.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ontem, no silêncio anunciado da entrada no ônibus, tudo pareceu ser só brincadeira.

A brincadeira de ser corajoso uma noite inteira.

Mas a coragem que tinha no coração parecia medo de uma possível morte ou talvez medo de dizer.

Mas, não era não.

Falar significa perder-se e perder-se significa dizer que te quero tanto.

Tenho medo de lhe dizer o que eu quero tanto.

Tenho medo e eu sei porquê.

Defendo-me tanto e tanto sem saber.

Porque lutar?

Só sei dizer que vi você ali parado no momento de um breve adeus.

Quem dirá o que você sentiu?

Quem vai dizer o que você pensou?

Quem me dirá agora o que eu não fiz?

Como explicar pra você o que eu quis?

Vi você ali.

Rosa do silêncio

Dizem que canta
como pra ninguem
a voz de sonhador!
Rosa do silêncio.
Que por dentro
aflora
uma alegria
um amor
mais que discreto!